quarta-feira, 1 de junho de 2016

Papo de Salão!!!! por Raissa Rosseto.

Minha cadeira é quase um divã.
Mas a terapia no salão sai mais em conta do que no consultório do psicólogo e a “paciente” ainda sai mais bonita do que entrou, então o custo benefício é maior!
Se o cabeleireiro for bom de papo ou pelo menos bom de ouvido, as histórias não param mais de chegar, e é cada uma mais cabeluda que a outra.
Vocês devem imaginar o quanto é difícil para uma transexual ter um emprego normal, mesmo que na área da beleza, que parece existir menos preconceito, mas a coisa não é tão simples assim.
As pessoas como eu, que têm uma identidade de gênero diferente da qual nasceu, precisam na maioria das vezes, provar seu profissionalismo constantemente, pois principalmente nós, mulheres transexuais, sempre vivemos com aquele “ranço” da nossa imagem atrelada a prostituição. As pessoas generalizam minha classe, como fazem com todas as minorias.
Agora veja só como são as coisas. Vou fazer uma fofoca, mas não é com o intuito de julgar ninguém, também nem poderia. Uma porque não sou santa e porque eu acredito que ninguém tem este direito. Mas essa história em especial me fez refletir!
Imagine que desde quando eu me transformei, e assumi uma identidade feminina, muitos olhares já foram dirigidos a mim, e comentários feitos ao meu respeito com o intuito de salientar o julgamento do acusador como se eu fosse promiscua e levasse uma vida libertina simplesmente pelo fato de ser uma “transex”.
Mas foi ai que eu quase derrubei o secador, tamanho susto que eu levei com o grito da minha cliente. Ela acabou de dar de cara com uma foto do pai do filho dela em uma coluna social na revista Caras.
O guri já tem quatro anos, e ela engravidou durante uma viagem a salvador, mas nem o nome do rapaz ela sabia.
Ainda ouvindo a história sobre a “pegação” que rolou na sua viagem, a outra cliente complementa a história e diz que seu filho também não conhece o pai, pois engravidou na única vez que transou com o entregador de pizza, e quando ligou na pizzaria pra saber o paradeiro do João, o entregador, o dono da pizzaria disse que não fazia idéia de onde ele poderia estar, e que o rapaz trabalhou lá apenas duas vezes e isso já fazia uns três meses.
Em uma época que rede social nem existia, foi um golpe de sorte o pai de um dos garotos, estar na pagina da revista. Ainda que nem famoso ele ficou não, mas se casou com uma cantora famosa. A garota contatou a assessoria de imprensa da “celebrity” , contou sua história, combinaram um encontro e o teste de DNA, que confirmou a paternidade.
Ai eu me pego pensando não só na questão da promiscuidade, dos jovens fazerem sexo casual sem o menor compromisso, mas sim na questão da saúde, da falta de proteção e de cuidado pessoal.
E você deve ta perguntando o motivo de eu ter contato essa história toda não é?!
Simplesmente porque depois de refletir sobre tudo isso, me pergunto:
Será que essa questão de promiscuidade é uma característica dos LGBTS, como a sociedade machista e preconceituosa tenta impor, ou é uma questão comportamental do ser humano por um todo, seja qual for sua orientação sexual?????

Bjs.... Raissa Rosseto


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