Minha cadeira
é quase um divã.
Mas a
terapia no salão sai mais em conta do que no consultório do psicólogo e a “paciente”
ainda sai mais bonita do que entrou, então o custo benefício é maior!
Se o
cabeleireiro for bom de papo ou pelo menos bom de ouvido, as histórias não
param mais de chegar, e é cada uma mais cabeluda que a outra.
Vocês devem
imaginar o quanto é difícil para uma transexual ter um emprego normal, mesmo
que na área da beleza, que parece existir menos preconceito, mas a coisa não é
tão simples assim.
As pessoas
como eu, que têm uma identidade de gênero diferente da qual nasceu, precisam na
maioria das vezes, provar seu profissionalismo constantemente, pois
principalmente nós, mulheres transexuais, sempre vivemos com aquele “ranço” da
nossa imagem atrelada a prostituição. As pessoas generalizam minha classe, como
fazem com todas as minorias.
Agora veja
só como são as coisas. Vou fazer uma fofoca, mas não é com o intuito de julgar
ninguém, também nem poderia. Uma porque não sou santa e porque eu acredito que ninguém
tem este direito. Mas essa história em especial me fez refletir!
Imagine que
desde quando eu me transformei, e assumi uma identidade feminina, muitos
olhares já foram dirigidos a mim, e comentários feitos ao meu respeito com o
intuito de salientar o julgamento do acusador como se eu fosse promiscua e
levasse uma vida libertina simplesmente pelo fato de ser uma “transex”.
Mas foi ai
que eu quase derrubei o secador, tamanho susto que eu levei com o grito da
minha cliente. Ela acabou de dar de cara com uma foto do pai do filho dela em
uma coluna social na revista Caras.
O guri já tem
quatro anos, e ela engravidou durante uma viagem a salvador, mas nem o nome do
rapaz ela sabia.
Ainda ouvindo
a história sobre a “pegação” que rolou na sua viagem, a outra cliente
complementa a história e diz que seu filho também não conhece o pai, pois
engravidou na única vez que transou com o entregador de pizza, e quando ligou
na pizzaria pra saber o paradeiro do João, o entregador, o dono da pizzaria
disse que não fazia idéia de onde ele poderia estar, e que o rapaz trabalhou lá
apenas duas vezes e isso já fazia uns três meses.
Em uma época
que rede social nem existia, foi um golpe de sorte o pai de um dos garotos,
estar na pagina da revista. Ainda que nem famoso ele ficou não, mas se casou
com uma cantora famosa. A garota contatou a assessoria de imprensa da “celebrity”
, contou sua história, combinaram um encontro e o teste de DNA, que confirmou a
paternidade.
Ai eu me
pego pensando não só na questão da promiscuidade, dos jovens fazerem sexo
casual sem o menor compromisso, mas sim na questão da saúde, da falta de
proteção e de cuidado pessoal.
E você deve
ta perguntando o motivo de eu ter contato essa história toda não é?!
Simplesmente
porque depois de refletir sobre tudo isso, me pergunto:
Será que
essa questão de promiscuidade é uma característica dos LGBTS, como a sociedade
machista e preconceituosa tenta impor, ou é uma questão comportamental do ser
humano por um todo, seja qual for sua orientação sexual?????
Bjs....
Raissa Rosseto
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