O descobrir a si mesmo, se transformar, transcender,
desabrochar..... viver essa metamorfose que é ser um transexual, se realizar ao
ver refletida no espelho a imagem que antes estava aprisionada dentro de si
mesmo, se ver linda, encontrar um amor verdadeiro, ter uma profissão que seja
digna, aproveitar as oportunidades, ter a família por perto te apoiando, ter
estudado, enfim.... Tudo isso é muito lindo e gratificante, mas não é uma
realidade comum a todas! Infelizmente...
E é ai que vocês vão conhecer o final da história.
Não só da minha história, mas da maioria das transexuais desse país.
Certa vez ouvi de uma amiga, que “ser transexual é
algo espiritual, algo como um castigo, uma maldição, ou uma espécie de feitiço”.
Viver aprisionado em um corpo errado, é pior do que vestir uma roupa apertada
ou um calçado que te machuca. A história que encerra esse livro é sobre esse
aprisionamento. Que me remete a mesma maldição que Rothbart
jogou sobre a princesa Odette, no “Lago dos cisnes”.
A relação que essa intertextualização cria entre a
rainha dos cisnes e as transexuais não é apenas uma metáfora.
A sociedade é como o
feitiço de Rothbart, que nos aprisiona dentro de nós mesmas durante o dia,
pra que só à noite possamos tomar as ruas e ter uma vida normal enquanto a
maioria das pessoas apenas dorme...
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